quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"... Eu chorei o nosso medo de não sermos o que sonhamos... Eu chorei o medo que eu tenho de não ser quem você quer e o medo que eu tenho de ser exatamente o que você quer... Eu chorei porque precisava de colo, porque precisava te mostrar a minha fragilidade escondida no meu mau-humor... Eu chorei de birra do meu lado homem... Eu chorei porque vez ou outra ele ainda bate na minha porta e eu o deixo entrar, e eu sei que isso é medo do tanto que você habita todos os lugares... Eu chorei porque eu te amo mas eu não sei amar... Eu chorei porque eu sempre canso de tudo e tudo sempre cansa de mim... Chorei de cansaço profundo de sempre cansar de tudo e tudo sempre cansar de mim... Chorei de apego ao cheiro do novo e principalmente de melancolia pelo cheiro do velho... E chorei porque tudo envelhece com novos cheiros e a vida nunca volta... Eu chorei de pavor da rotina, de pavor do fim, de pavor de sair da rotina e começar outros fins... Eu chorei meu medo de submissão, o meu medo de vomitar, o meu medo de me mostrar pra você tanto, tanto, e não ter mais o que mostrar... Eu chorei minha infinidade de coisas e o medo de você não querer abrir os mais de um milhão de baús que existem escondidos na caixa cerrada que eu guardo embaixo do meu peito... Eu chorei meu fim e o medo do meu infinito..."

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